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Antes de ter acesso ao caminho que vai de uma árvore seca a uma árvore florida, é preciso transpor sete obstáculos que o escultor ilustrou com uma força particular: a infidelidade, a vontade de destruir, a avareza, a idolatria, o egocentrismo, a cobardia e a vaidade. Vasto prgrama! E quem poderá afirmar, algum dia, que venceu realmente esses sete entraves?

O espelho é também o meio de obter um reflexo perceptível do mundo invisível. O nosso universo, diziam os nossos Pais, é o imenso espelho de Deus onde podemos conhecer a sabedoria. A nossa visão intelectual é indirecta. A visão intuitiva permite-nos passar através do espelho e compreender a realidade para além dos seus reflexos. O astrólogo dirige o seu espelho para o céu e não para a sua própria pessoa. "Se a tranquilidade da água permite reflectir as coisas", explicava Chuang Chu, "o que não poderá a do espírito? Como é tranquilo o espírito do sábio! Ele é o espelho do universo e de todos os seres."

O orgulho é a coragem do viajante que nunca se confessa vencido diante do mistério. Para montar convenientemente o corcel que o leva para o templo, alimenta o seu fogo interior com um nobre orgulho, o desejo de renascer, de se recriar, de viver a iniciação nesta terra e desde já. Não esqueças que os sete obstáculos nunca são definitivamente vencidos. Ressurgirão em cada nova etapa do nosso caminho. Mantém-los presentes na tua consciência. Mas fica a saber que nós somos os primeiros responsáveis pelas nossas farquezas. Todas as dificuldades desaparecerão se formos capazes de nos vencer a nós próprios. É tempo, agora, de interrogar a Árvore seca.

O que se exige de ti está na medida das tuas próprias exigências. É-te preciso agora dar um "salto" decisivo, passar da Lua ao Sol, deixar definitivamente a aparência para entrar em cheio na realidade, mesmo sabendo de antemão que as futuras provações serão mais difíceis do que as da primeira parte do percurso.